terça-feira, 24 de novembro de 2009

Quem está na chuva é para se molhar e cantar

Chuva, lama e água, muito água. O cenário estava propício para dar tudo errado: local aberto; de difícil acesso (e com histórico de congestionamentos). Foi assim o clima do show da banda americana, The Killers, no último sábado (21), na Chácara Jockey, em São Paulo. Mas as 12 mil pessoas presentes no local não pareceram estar nem um pouco preocupadas com o lamaçal. Muito pelo contrário. A empolgação foi garantida.

O show estava previsto para começar às 20h e não houve atraso. Diferentemente da apresentação feita em 2007, que os fãs esperaram quase 4h. Às 20h25, em ponto, Killers subiu ao palco e iniciou com o hit, “Human”, do último álbum "Day & Age", justamente quando a chuva estava mais forte. Mas o público não se inibiu e cantou euforicamente. A estudante Larissa Prestes, que é de São Paulo, não acreditou que perdeu o início do show. “Meu deus, eu lutei para chegar cedo, mas o trânsito estava caótico. Quando coloquei o pé no lugar, eles já tinham tocado as minhas músicas favoritas. Da próxima vez eu aprendo”, brinca.

O palco trazia um telão gigantesco e a letra K na frente dos músicos. Fogos e chuva de papel picado levaram a plateia ao delírio - pouco antes da primeira saída da banda do palco, quando a água que caía do céu nublado dava um tempo. “Se não tivesse chovido, o show não teria sido tão perfeito. Pude me soltar mais, brincar com a água. Parecia criança”, declara a estudante de administração, Marcela Brasileiro, que é do Recife, e foi a São Paulo somente por causa do evento.

O vocalista Brandon Flowers arrancou suspiros da escura e caótica São Paulo, afogada na desilusão de quem comprou o ingresso há quatro meses, e nunca imaginaria como choveria na cidade. Mas o vocal man fez questão de deixar todo mundo mais feliz, falando em português e arriscando palavras em espanhol, agradecendo aos fãs por terem enfrentado a chuva para vê-los.

Para encerrar a primeira parte da apresentação, o grupo escolheu a canção All These Thing That I've Done. A parte final da música, "I got soul but I'm not a soldier", foi embalada por um coro do público em um final da banda antes do bis. “Pra mim, essa foi a melhor hora. O Brandon ficou esperando a gente cantar. Foi de arrepiar”, comenta o auditor César Pacheco, de 28 anos.

Brandon, inspirando-se em Bono Vox do U2,  evoca Elvis e canta “Can't Help Falling in Love.” “Mr. Brightside” do primeiro álbum ("Hot Fuss", de 2004), fez todo mundo levantar o braço e pular. No bis, o grupo canta "Jenny Was a Friend of Mine" e "When You Were Young" (do CD “Sam’s Town”, de 2006). Com um pouco mais de uma hora e meia de apresentação e 18 músicas cravadas, o The Killers provou mais uma vez que seu lugar é em cima do palco.

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